domingo, 27 de junho de 2010
REFLETINDO SOBRE O MATRIMÔNIO
Matrimônio: a mais delicada e transcendente das empresas privadas
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
A experiência matrimonial estende-se ao longo de um processo que começa desde que o homem e a mulher concebem a ideia do sexo. A natureza sensível tende, a partir dali, a configurar as demandas incipientes do instinto à ideia conjugal, associando aos atos da emoção passional as confidências do sentimento afetivo. A ideia conjugal prevalece no ser pela própria reação das forças criadoras e sustentadoras da espécie.
No instante, em que se decide a sorte do futuro sentimental do casal humano, é indubitável que uma comoção sensível enleva as partes, ao colocar definitivamente a imagem querida, no lugar de honra, dentro do coração. A partir dali, o amor seguirá o curso que cada um seja capaz de lhe imprimir.
E em caso de fracasso, de quem é a culpa?
A quantidade inumerável de fatos conhecidos nos fala, com sobeja eloquência, não do fracasso do matrimônio, mas sim do fracasso daqueles que o contraem. Sem uma preparação adequada, se lançam na mais delicada e ao mesmo tempo transcendente das empresas privadas, já que a instituição do matrimônio cria deveres e obrigações que, sem estarem compreendidos em nenhum documento contratual, hão de ser cumpridos umas vezes em obediência a leis morais, outras vezes a leis ditadas pela própria consciência.
É nefasta, para a vida em comum, a incompatibilidade de caracteres, e particularmente à mulher cumpre exercer, nesses casos, a função que, sendo própria de sua natureza sensível e temperante, lhe cabe como papel, a fim de que o ritmo harmonioso da vida conjugal não sofra o ultraje da irreflexão e da violência. Colocando-se acima de toda inconveniência, ela há de saber constituir-se na companheira nobre, leal e afetiva, que, por sua capacidade de compreensão, supere o conceito limitado que comumente é atribuído à sua missão.
A maior parte dos dramas que se promovem no seio familiar é produto inequívoco das incompreensões mútuas ou, mais precisamente ainda, da falta absoluta de conhecimento, sobre os elementos básicos que configuram o edifício das relações matrimoniais. Dramas que muitas vezes degeneram em tragédias ou separações definitivas, quando o amor-próprio, sempre acompanhado de intolerância, violência, obstinação, oprime o amor até asfixiá-lo, esse mesmo amor que um e outro entre si juraram como eterno.
Existem muitíssimos casamentos que se mantêm de pé, apesar dos vendavais que suportam. Entretanto, aqueles que protagonizam esses casamentos raramente superaram os conflitos provenientes da disparidade de caracteres, mediante o respeito consciente aos princípios que regem a vida matrimonial.
Encarar com êxito a grande experiência do matrimônio pressupõe um conhecimento cabal da magna arquitetura espiritual que estrutura suas bases morais com fórmulas e regras sublimes de conduta; fórmulas que enobrecem a alma dos seres, embelezam o panorama da vida conjugal, dignificam a espécie e abrem, para os corações humanos, as portas da confiança nos desígnios do sentimento, tantas vezes menosprezado e ultrajado pela incompreensão.
Trechos extraído do livro O Senhor De Sándara, p. 208 a 212.
LOGOSOFIA - Artigo
ENSINAR E APRENDER
A arte de ensinar e a arte de aprender (I)
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Entre a arte de ensinar e a arte de aprender existe uma grande diferença, não obstante acharem-se ambas intimamente vinculadas. Em geral, quem começa a aprender o faz sem saber por quê; pensa que é por necessidade, por uma exigência de seu temperamento, por um desejo ou por muitas outras coisas, às quais costuma atribuir esse porquê. Mas quando já começa a vincular-se àquilo que aprende, vai despertando nele o interesse e, ao mesmo tempo, reanimam-se as fibras adormecidas da alma, que começa a buscar, chamando ao estudo, os estímulos que irão criar a capacidade de aprender.
Porém, que é o que o ser aprende, e para que aprende? Eis aqui duas indagações às quais nem sempre se podem dar respostas satisfatórias. Aprende-se e continua-se aprendendo, adquirindo hoje um conhecimento e amanhã outro, de igual ou de diversa índole. Primeiro se aprende para satisfazer às necessidades da vida, tratando de alcançar, por meio do saber, uma posição, e solucionar ao mesmo tempo muitas das situações que a própria vida apresenta. Quando se completa a medida do estudo, parece como se na mente se produzisse uma desorientação: o universitário, ao conquistar seu título, aquele outro ao culminar sua especialização. Enfim, quando essa vida de estudos está terminada, começam as atividades nas diferentes profissões, o que paralisa a atividade anterior da mente dedicada ao estudo; muitos até chegam a esquecer aquela constante preocupação que antes tinham, de alcançar cada dia um conhecimento a mais, encontrando-se como os que, tendo finalizado o percurso de um caminho, não sentem a necessidade de dar um passo além, por não acharem o incentivo de um objetivo capaz de o propiciar. Eis aí uma das causas de onde provém tanta desorientação nos seres humanos.
A arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo
De outra parte, os que, além dos estudos da profissão aprendem outras coisas, o fazem muitas vezes sem ter disso verdadeira consciência. Acumulam este, esse e aquele conhecimento, mas depois – salvo exceções – não sabem o que fazer com eles; não sabem usá-los em seu próprio bem, nem no bem dos demais. Assim é como vêm aprendendo ao acaso, em uma e outra parte, sem ter um guia que os leve para uma meta segura e lhes permita fazer de tudo uma aprendizagem útil para si mesmos e para seus semelhantes.
Ao dar a conhecer seus ensinamentos, a Logosofia manifesta que existe uma imensidão desconhecida para o homem, na qual este deve penetrar. Dá a conhecer, além disso, que enquanto se interna nessa imensidão que é a Sabedoria, isto é, enquanto aprende, pode também ensinar, porque a arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo, ou, dito de outro modo, enquanto de uma parte o ser aprende, aplica de outra esse conhecimento a si mesmo e, ensinando a si mesmo, sabe depois como ensinar aos demais com eficiência.
Trechos extraídos do livro Introdução ao Conhecimento Logosófico p. 259 e 260
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Entre a arte de ensinar e a arte de aprender existe uma grande diferença, não obstante acharem-se ambas intimamente vinculadas. Em geral, quem começa a aprender o faz sem saber por quê; pensa que é por necessidade, por uma exigência de seu temperamento, por um desejo ou por muitas outras coisas, às quais costuma atribuir esse porquê. Mas quando já começa a vincular-se àquilo que aprende, vai despertando nele o interesse e, ao mesmo tempo, reanimam-se as fibras adormecidas da alma, que começa a buscar, chamando ao estudo, os estímulos que irão criar a capacidade de aprender.
Porém, que é o que o ser aprende, e para que aprende? Eis aqui duas indagações às quais nem sempre se podem dar respostas satisfatórias. Aprende-se e continua-se aprendendo, adquirindo hoje um conhecimento e amanhã outro, de igual ou de diversa índole. Primeiro se aprende para satisfazer às necessidades da vida, tratando de alcançar, por meio do saber, uma posição, e solucionar ao mesmo tempo muitas das situações que a própria vida apresenta. Quando se completa a medida do estudo, parece como se na mente se produzisse uma desorientação: o universitário, ao conquistar seu título, aquele outro ao culminar sua especialização. Enfim, quando essa vida de estudos está terminada, começam as atividades nas diferentes profissões, o que paralisa a atividade anterior da mente dedicada ao estudo; muitos até chegam a esquecer aquela constante preocupação que antes tinham, de alcançar cada dia um conhecimento a mais, encontrando-se como os que, tendo finalizado o percurso de um caminho, não sentem a necessidade de dar um passo além, por não acharem o incentivo de um objetivo capaz de o propiciar. Eis aí uma das causas de onde provém tanta desorientação nos seres humanos.
A arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo
De outra parte, os que, além dos estudos da profissão aprendem outras coisas, o fazem muitas vezes sem ter disso verdadeira consciência. Acumulam este, esse e aquele conhecimento, mas depois – salvo exceções – não sabem o que fazer com eles; não sabem usá-los em seu próprio bem, nem no bem dos demais. Assim é como vêm aprendendo ao acaso, em uma e outra parte, sem ter um guia que os leve para uma meta segura e lhes permita fazer de tudo uma aprendizagem útil para si mesmos e para seus semelhantes.
Ao dar a conhecer seus ensinamentos, a Logosofia manifesta que existe uma imensidão desconhecida para o homem, na qual este deve penetrar. Dá a conhecer, além disso, que enquanto se interna nessa imensidão que é a Sabedoria, isto é, enquanto aprende, pode também ensinar, porque a arte de ensinar consiste em começar ensinando primeiro a si mesmo, ou, dito de outro modo, enquanto de uma parte o ser aprende, aplica de outra esse conhecimento a si mesmo e, ensinando a si mesmo, sabe depois como ensinar aos demais com eficiência.
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